domingo, 24 de março de 2013

(não) Resenha de "Nas entrelinhas do horizonte"



     
     Como perder tempo? Como gastar dinheiro? Comprando Nas entrelinhas do horizonte. Sou um grande fã de Humberto Gessinger e queria muito conhecê-lo. Moro em uma cidade do interior do estado do Rio Grande do Sul, na cidade Coração do Rio Grande: Santa Maria (conhecida também por Santa Maria da Boca do Monte). Uma vez por ano - ou uma vez a cada dois anos -, Pouca Vogal, banda formada por Humberto e Duca Leindecker (ex-integrante da banda Cidadão Quem), vem a Santa Maria para realizar um show e reunir alguns fãs. Em novembro do ano passado, 2012, Humberto Gessinger lançou Nas entrelinhas do horizonte em Santa Maria, na Livraria Athena. Eu, como um grande admirador do músico, gastei R$40,00 que não tinha na esperança de ler um livro à altura das músicas. Na ficha catalográfica, somos informados de que o livro é uma reunião de crônicas. Decepcionei-me profundamente. Paguei por um livro de crônicas de auto-ajuda, as quais eu não consegui terminar de ler. Para mim, esse é um livro ideal para usar como apoio no pé de algum móvel, embora eu não faça isso porque tem um autógrafo. É uma pena, porque toda a grandiosidade como músico perde-se no papel de escritor. Um "adendo": essa é a minha opinião. Não deixe de ler para ter a sua opinião!

     Como escrevi algumas linhas acima, sou um grande fã da música de/e de Humberto. Então, a foto do dia que conheci ele pessoalmente e apertei a sua mão: (26/11/12, Livraria Athena, Santa Maria - RS, Brasil).


quarta-feira, 20 de março de 2013

Resenha (?) de Morte Súbita

Olá, caro e raríssimo leitor,


     Antes de passar ao que me traz aqui, de fato, quero agradecer à Mônica Dobbert, autora deste blog, e escritora parceira do blog que você está acessado, pela postagem de ontem sobre o Cafezinho Poético. Por ser o primeiro Cafezinho Poético do qual participei, foi diferente da ideia que eu tinha de um Cafezinho, mas, por ser diferente, é uma excelente maneira de aproximar os jovens alunos da poesia e da Literatura, obviamente. 

     Primeiro, devo informar que caso você não tenha lido Morte Súbita e não gosta de saber se detalhes da estória antes de ler o livro, pare de ler este post imediatamente. Caso você não seja uma pessoa "neurótica" ou já leu o livro, sinta-se à vontade para continuar a ler esse texto. Abaixo, você encontrará uma breve resenha (?) do livro Morte Súbita, de J. K. Rowling, que preencheu as minhas férias. Não sei bem se o nome resenha seria o mais adequado para o texto a seguir, talvez um breve comentário ou retenções acerca da obra de Jo Rowling. Enfim, não farei uma análise detalhada do livro, mas destacarei alguns pontos que considero importante e que destoam da obra prima da autora, a série Harry Potter. Um spoiler desse meu texto: penso numa aproximação dos personagens de MS (a partir de agora, assim será a referência a Morte Súbita) com os personagens de HP (e assim será a referência à saga Harry Potter).



     MS, lançado em 2012, no Brasil, pela Editora Nova Fronteira (incrível que não tenha sido a Rocco, não é?), mostra-se como uma tentativa de desligamento do mundo da fantasia e da imaginação. Por que? Porque MS não é um livro destinado ao público infanto-juvenil. Aliás, não tem praticamente nada de "infanto", visto que as crianças levariam um choque com a linguagem utilizada (já fiz referência a isso em outro post). Acredito que seria um livro para quem começou a ler HP logo que lançado e, agora, anos depois, tem maturidade suficiente - assim espero - para compreender os recursos utilizados por Jo Rowling na escrita de MS, um livro que pretende deixar à mostra todos os tipos humanos que compõem uma sociedade capitalista e burguesa, em que a maioria vive a desprezar o tipos humanos que habitam à periferia.

     O livro está dividido em sete partes (atenção, sete partes e não sete livros), com cada parte subdividida em dias (exceto a última parte, em que não há uma divisão clara desses dias). O primeiro dia da estória é o domingo, no qual Barry Fairbrother vem a óbito, vítima de um aneurisma. Barry ocupava a cadeira de  presidente do Conselho Distrital de Pagford. Adorado por uns, odiado por outros, era portador de um grande carisma. Com a sua morte, o enredo se desenrola numa disputa ferrenha, de amor e ódio (hehe), para decidir quem ocupará a vaga que era de Barry. Famílias tradicionais de Pagford, como os Mollison e os Wall, disputam a vaga. Em meio a isso, há enredos "menores" que sustentam a estória. Fields, um bairro popular às margens de Pagford, é defendido pelos Pró-Fields, no caso, quem apoiava Barry. Howard Mollison e sua patota, incluindo seu filho, Miles, que se candidatou para a vaga de presidente, são totalmente contra que a jurisdição de Fields seja de Pagford. Essa patota contra Fields objetiva que a jurisdição do bairro passe a Yarvil, cidade vizinha, que pensou na extensão de Cantermill, outro bairro popular. Assim, a luta se torna ferrenha pela defesa e crucificação de Fields e tudo que remete ao bairro, incluindo a clínica Belchapell, onde se desenvolve os trabalhos com viciados em heroína e, claro, o acompanhamento de assistentes sociais com as famílias de Fields. A trama central, por assim dizer, é esta: a substituição de Barry e tudo que isso envolve, disputas, desagrados, brigas, etc. 

     Outros personagens que são envolvidos no enredo: Andrew Price (o Arf), Stuart Wall (o Bola) - ambos amigos de longa data -, Gaia Bawden (filha de Kay Bawden), Suhkvinder Jawanda (a filha que passou boa parte da vida sendo renegada pelos pais, Parminder e Vikram Jawanda) e Krystal Weedon. Esses são os principais, e todos adolescentes. Sua histórias de cruzam em algum momento da narrativa, além de todos se envolverem, em algum momento, na mesma situação (é foi redundante. Azar, que fique assim). Um breve "resumo": sabe aquelas crises que todo adolescente tem? Pois então, esses personagens são "preenchidos" delas. Arf, filho mais velho e no auge da puberdade, tem problemas na relação com seu pai, Simon Price e, na tentativa de fazer o pai ser derrotado, divulga informações que o leva a desistir da candidatura do Conselho, sem esquecer da sua paixão por Gaia. Bola, filho adotivo, tem problemas na relação com seu pai, Colin ("Pombinho") Wall, e se envolve com Krystal Weedon, com quem tem sua primeira relação sexual. Gaia Bawden, filha de Kay Bawden (assistente social, única que agrade Krystal e Terri Weedon - esta, mãe de Krystal e Robbie), relutou muito em se mudar para Pagford, visto que tinha uma vida totalmente agitada nas redondezas de Londres. Suhkvinder Jawanda, filha de Parminder e Vikram Jawanda, é rejeitada pelos pais, vivendo isolada e com poucas amizades. Andrew Price, Gaia Bawden e Suhkvinder trabalham juntos no café Keetle Coper, de Howard Mollison. Enfim, podemos perceber que ao redor da eleição para o Conselho, diversas são as tramas que preenchem a estória. E claro, tudo muito bem arranjado pela escritora.

     A trama encerra com o velório e enterro de Krystal Weedon e seu irmão, Robbie. É um fechamento muito bonito, diferente do que eu esperava, mas bonito.

     À medida que a leitura avançava, eu percebia/pensava algumas semelhanças com personagens da série HP. Howard Mollison e sua esposa, Shirley, podem ser comparados com Válter e Petúnia Dursley, visto que o casal tem seu filho, Miles Mollison, como um deus, o cidadão mais justo e honesto de Pagford (o mesmo pensamento que povoa as mentes dos Dursley). Barry Faibrother, quando apresenta o remo à escola, é como Remo Lupin ao influenciar e ensinar Harry Potter, mas isso se transfere ao incentivo que Barry dá à Krystal, garota vista com indiferença devido ao lugar em que vive - Fields - e seu "gênio", quando ingressa na equipe de remo, depois de ser um destaque na apresentação do esporte. Se você leu isso que escrevi e também percebeu alguma semelhança, não deixe de comentar (nem que seja para dizer que tal semelhança não existe).

     Bom, eu encerro meu texto por aqui. Para melhores informações, NÃO deixe de ler o livro. Como sempre, Jo Rowling escreveu maravilhosamente bem. Talvez você também sinta um impacto ao começar a leitura, visto que o público alvo vem a ser outro, diferente da série HP. Morte Súbita, com certeza, é um ótimo livro. Será que renderia um bom filme?

     Um abraço!

terça-feira, 12 de março de 2013

Morte Súbita - Primeiras impressões II

     Boa noite, caro e raríssimo leitor!

     Deixei passar um detalhe no post de ontem sobre Morte Súbita. É de causar um certo impacto nas primeiras páginas em que isso aparece, mas é uma forma de representar uma parcela da sociedade que vive às vistas do desprezo: os moradores de Fields. Personagens que moram nesse bairro são dotados de um linguajar muito baixo, com muitos termos de baixo calão. Podemos pensar que é uma forma usada por Jo Rowling de caracterizar as pessoas da periferia. Não deixa de ser, claro. Entretanto, é preciso notar que os moradores de Pagford, tanto aqueles que ali nascem como os que migram de Londres, também usam termos de baixo calão. Como representação de uma sociedade que busca o poder de um Conselho Distrital, é incrível como Jo Rowling não se detém a metáforas, deixando o livro com uma linguagem muito clara. É ficção? É. Retrata algo em comum nas sociedades contemporâneas? Com certeza. Há adequação vocabular para tal "retrato"? Sem dúvidas. 
     É fantástico, porque é Jo Rowling :)

     Abraço!


P.S.: Vi a foto abaixo na internet e não posso deixar de comentar: J. K. Rowling flagrada dando risada ao estilo de Miranda Priestly (de "O Diabo Veste Prada").


segunda-feira, 11 de março de 2013

Morte Súbita - Primeiras impressões I

     Olá, caro e raríssimo leitor! 

     Na pilha de livros separada para as férias, está incluída Morte Súbita, nova obra da escritora J. K. Rowling, autora da renomada série infanto-juvenil - mas que encanta até adultos - Harry Potter. Embora a série não seja aclamada na Academia, lugar em que é raro encontrar um professor leitor da série, é inegável o fato de que a série provocou o gosto por ler e por livros em crianças e jovens, muitos dos quais não eram adeptos a uma atividade tão prazerosa como a leitura.



     Foi lançada, em 2012, a obra The Casual Vacancy (ou Morte Súbita, uma tradução um tanto ruim). Desde então, fiquei curioso para ler uma obra diferente de J. K. Rowling, depois dos dez anos de sucesso com a saga do bruxo. Devido à greve nas Universidades federais, pude começar a ler o livro somente agora. Cento e sessenta e oito páginas já foram devoradas, perpassadas por uma breve reflexão sobre esse livro. Durante os sete livros de Harry Potter, percebemos uma sequência lógica dos fatos, tirando, claro, episódios com a penseira, por exemplo. A série, como um todo, evolui cronologicamente do primeiro ao sétimo volume, o que é de se esperar de um best-seller com o mesmo título. A primeira coisa que se percebe na construção de Morte Súbita é a quebra dessa sequência lógica, visto que os fatos são narrados conforme os dias da semana. Ou seja, a cada dia, temos mais de uma situação sendo narrada, divergindo de família em família. Obviamente isso não desconstrói a perfeição com que J. K. escreve. Muito pelo contrário, mostra uma autora que consegui se libertar de um grande sucesso para focar em algo menor, mas com um enredo muitíssimo bem construído, entrelaçando situações que acontecem a cada dia da trama. Enfim, J. K. Rowling não perdeu nem um pouco da sua habilidade como escritora, conservando um dom que é seu desde Harry Potter e A Pedra Filosofal: fisgar o leitor para a sua narrativa, prendendo-o até o final, emocionando-o e conquistando-o com uma trama bem escrita e gostosa de se ler. São apenas primeiras impressões. Espero que isso continue nas próximas 333 páginas.

     Abraço!


quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Quanta honra, Zélia Maria

Eu não tenho um vira-tempo como o da Hermione (vide Harry Potter e o Prisioneiro de Azkaban), mas encontrei alguns minutos para divulgar o blog da minha amiga Zélia Maria, pessoa finíssima e excelente escritora. A Zélia me incluiu na coluna "Meus blogs preferidos" e eu precisava encontrar uma maneira de retribuir. Como sou novato por aqui (cof, cof) e não sei incluir essa coluna, resta-me declarar que os textos da Zélia Maria (até agora li alguns contos que estão no 14 Crisálidas) são excelentes, prazerosos e bons de ler. Enfim, não deixe de ler :)


14 Crisálidas - por Z. M. V. Paim
http://zeliamvp.blogspot.com.br/

terça-feira, 4 de dezembro de 2012

Disse S. M. de Campos

"De tudo que vêm de você, permanece em mim uma vontade de sorrir [...]"


sem mais.

Augusto

Augusto queria fazê-la feliz, queria vê-la feliz. Para Augusto, bastava o sorriso, aquele doce sorriso. Para Augusto, qualquer instante ao seu lado era pleno, satisfatório. Por maior que fosse o contato, por maior que fosse a amizade, havia, como sempre, "uma pedra no meio do caminho". Pobre Augusto, tem em si uma felicidade frustrada. Que de solidão Augusto não morra.